domingo, 12 de junho de 2011

Indústria Cultural: Cinema


Observações ao professor:  fizemos este trabalho pensando em um texto para blog (como sugerido) e não para um jornal ou site informativo.
  
    O cinema é uma indústria cultural com grande poder de influenciar, divulgar, protestar e não é apenas nos dias de hoje mas desde sua criação. Para entender mais sobre esta arte, aqui está um texto que fala desde o surgimento do cinema, sua história e até uma comparação de sua evolução nos dias de hoje. Aproveitem!
      
     O Cinema
  
    
    O cinema, que foi criado pelos irmãos Lumière em 1895, tornou-se sonoro em 1927, depois falado e beneficiado com a cor. A arte de compor e realizar filmes para serem projectados, é símbolo e motor de uma nova mentalidade do lazer, cultivado pelos anos vinte do século XX, sendo primeiramente um divertimento com analogia ao circo e dirigido às classes mais desfavorecidas.
    Contudo, na década de trinta é o mais importante entretenimento público, com um número cada vez mais crescente de espectadores, substituindo o teatro. A partir desta década o cinema tornou-se apetecível para as classes burguesas, pois era um meio de encontro da sociedade. Era notório na época fazer-se toilette para se ir ao cinema. Tratava-se de um evento social. Passou a ser frequentado pela burguesia, uma vez que para além de influenciar a própria sociedade, ele era também o reflexo dessa mesma sociedade, fazendo realçar as qualidades da classe burguesa da época.
     O cinema é uma sucessão de fotos fixas, apresentadas por projecção sobre um grande ecrã, vinte e quatro imagens por segundo. Em termos técnicos, o cinema sendo um veículo da cultura de massas, com a possibilidade de atingir um grande número de pessoas ao mesmo tempo, está sujeito a três elementos essenciais da comunicação: o emissor, o receptor e o meio.
    Para além do cinema ser produtor de espectáculo, ele é também veículo de propaganda, de informação e de formação. Esta vertente do cinema advém da exigência que a evolução sistemática do homem impõe à arte para que se explique ao próprio ser humano as determinantes dos seus princípios evolutivos.
       
     O Cinema Brasileiro


* A primeira exibição de cinema no Brasil aconteceu em 8 de julho de 1896 na Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro.

* Os primeiros filmes brasileiros foram rodados entre 1897-1898.

* Foi em 1898 que um grande mercado de entretenimento foi montado no Rio de Janeiro devido a maior confiabilidade no fornecimento de energia elétrica no Rio e São Paulo com a inauguração da represa de Ribeirão das Lajes.

* Em 1908 já havia 20 salas de cinema no Rio, boa parte delas com suas próprias equipes de filmagem.

*A criação da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, no final da década de 40, representa o desejo dos diretores que eram influenciados pelo requinte das produções estrangeiras e procuravam realizar um tipo de cinema mais sofisticado. Mesmo com a falência em 1954, o cinema teve momentos de glória deixando o movimento, com o mesmo nome, como legado.  Este divulgava o cinema nacional conhecido para o mundo inteiro: o Cinema Novo, onde uma parcela pequena, mas significativa da juventude brasileira descobre um novo cinema, comprometido com a transformação do país.

* Na década de 60 ocorreu a época de ouro do cinema brasileiro. Mesmo após o golpe militar de 1964, os realizadores do Cinema Novo e uma nova geração de cineastas continuavam a fazer obras críticas da realidade.

* Em 1974 a Embrafilme é criada com o objetivo de organizar o mercado cinematográfico e alcançar  simpatia para o governo. Seu papel foi preponderante no cinema brasileiro.

* A partir dessa época datam alguns dos maiores sucessos de público e crítica do cinema nacional, como Dona Flor e Seus Dois Maridos’ em 1976 por Bruno Barreto e ‘Pixote, a Lei do Mais Fraco’ em 1980 por Hector Babenco que levou milhões de brasileiros ao cinema com comédias leves ou filmes de temática política.
Um clássico de Bruno Barreto.
* Em 1985 com o término do regime militar e da censura a liberdade de expressão aumenta consideravelmente e abre novos caminhos para o cinema brasileiro.

* Porém esses novos ares duram pouco devido ao fim da Embrafilme em 1990. O governo Collor segue políticas neoliberais de extinção de empresas estatais e abre o mercado de forma descontrolada aos filmes estrangeiros, norte-americanos em quase sua totalidade. Como a produção nacional dependia da Embrafilme acaba tendo uma forte crise e pouquíssimos longas-metragens nacionais foram realizados e exibidos nos anos seguintes.

* O sistema acaba se reerguendo de forma gradativa e cria novos mecanismos como o financiamento da produção por meio de renúncia fiscal (Leis de Incentivo), além do surgimento de novos interesses governamentais de apoio ao cinema auxiliando a reorganizar a produção. Este período foi conhecido como a retomada do cinema brasileiro com três filmes são indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro ‘O Quatrilho’ (1995), ‘O Que é Isso, Companheiro’ (1997) e ‘Central do Brasil’ (1998), também vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim.
     O Cinema Brasileiro Atualmente

 Filmes brasileiros com grande sucesso de publico e crítica.
    O cinema brasileiro atual sofeu grandes modificações, a partir da recuperação da produção cinematográfica no Brasil de 1993 e 1994, em um processo que gerou filmes de grande impacto, como "Central do Brasil" e "Cidade de Deus", estimulou o surgimento de muitos cineastas e permitiu a continuidade do trabalho de vários diretores veteranos.
    Diretores como José Padilha ("Tropa de Elite") estão na lista divulgada pela Fox entre os oito possíveis diretores para assumir as rédeas do novo filme do mutante Wolverine, abandonado por Darren Aronofsky ("Cisne Negro"). Isso comprova o sucesso dos grandes diretos brasileiros em Hollywood.

                                           "Tropa de Elite", o grande sucesso de José Padilha.
                                                            
     Perfil do Usuário do Cinema  

    Segundo pesquisa realizada pelo IBOPE, sobre as práticas culturais, é possível observar que a grande maioria (48%) dos entrevistados do estado do Rio de Janeiro pratica ouvir música enquanto que ir ao cinema ficou com cerca de 9%.
    Sobre o consumo cultural, as pesquisas apontam que a maioria frequentadora de cinemas está inserida nas classes A/B e possuem entre 20 – 25 anos. De forma curiosa, são os orientais que mais vezes vão aos cinemas brasileiros com 30%, seguido dos brancos com 18%. Já em relação ao sexo, os homens frequentam mais do que as mulheres com diferença de apenas 2% entre eles.

     Salas de Cinema x Região

     Comparando o número de salas de cinema por região, a Sudeste fica em primeiro lugar com um pouco mais de 1200 salas. Dentre elas, 280 são cariocas, colocando o Rio de Janeiro no segundo lugar do ranking geral, perdendo somente para o estado de São Paulo.
Mesmo com este índice, o Rio de Janeiro fica em primeiro lugar na realização de festivais, mostras e concursos de cinema.
    
     Crescimento

    Através de pesquisas realizadas pelo IBGE/MUNIC, é possível apontar que entre 2005 e 2008 houve apenas 2% de crescimento no número de salas de cinema na região Sudeste. Com exceção da região Norte as demais tiveram redução deste índice. De modo geral, a evolução do número de cinemas na região Sudeste entre 2005 e 2006 foi negativa com -2.5%.
    Um fato relevante é que esta indústria cultural é realmente forte nesta região porém com custos não muito baratos, sua utilização fica restrita as classes mais elevadas. Afinal para uma família com dois filhos, ir ao cinema no final de semana não sai mais barato do que R$ 50.

     Curiosidade

    Com todas essas informações, um dado interessante é a quantidade de cursos de graduação em cinema. Em pesquisa realizada em 2007 pelo MEC/INEP, a oferta de cursos é pequena com apenas ste instituições no Rio de Janeiro.


Por  Liana Cristina Pereira, Jéssica Cavalcanti, Mayna Prista, Noele Fernandes.                         


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