Por Bianca Andrade, Giselle Soares e Maitê Moura.
O
funk no Brasil já passou por altos e baixos. Ignorado pela sociedade
intelectual e amado pela classe mais pobre, o movimento se desenvolveu e se
mantém em acelerado crescimento, mesmo à margem dos veículos de comunicação de
massa.
Quando
as fortes batidas do ritmo
americano Miami Bass chegou ao Brasil na década de 70, rapidamente foram
moldadas ao cotidiano carioca e as letras passaram a adotar como tema a
violência e a pobreza. Cantando
violência, o ritmo aguçava a agressividade dos frequentadores, que criaram o
hábito de tornar o baile um ringue de luta. Deixada para trás a violência do
chamado lado A e lado B, o movimento abraçou o sexo como principal fonte de
inspiração.
Devido
às polêmicas envolvidas no movimento funk, o ritmo não recebe apoio da indústria
cultural, mas, isso não o impede de se tornar uma atividade econômica. Sucesso no Rio de Janeiro, o ritmo ganhou o
Brasil e atravessou fronteiras, chegando a diversos países, que se encantam com
o “batidão” e as danças. Dentre os diversos cantores que levaram o funk carioca
para o exterior está a Mc Tati Quebra-Barraco, que tem letras que
misturam o discurso feminista ao sexo. A
Mc fez diversos shows na Europa e se tornou personagem principal de um
documentário produzido pelos europeus.
Mc Tati Quebra-Barraco |
Enquanto
uns insistem em repudiar o movimento, existem segmentos que estão aproveitando
do sucesso e apostam no funk como a mais nova temática para seus produtos.
Entre os eles, destacando-se as produções audiovisuais como os documentários e
os filmes.
Pesquisa realizada
pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2008, aponta que o funk movimenta sete
milhões por mês, nos cerca de 850 bailes realizados em todo o Estado do Rio de
Janeiro.
Atualmente,
o funk usa como ferramenta de marketing programas independentes na TV,
programas de rádio e, fora dos veículos de massa, os outdoors e carros de som têm
vez, alcançando os consumidores do funk que se concentram nas comunidades.
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