quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Mesmo sem apoio o funk fatura


Por Bianca Andrade, Giselle Soares e Maitê Moura.

O funk no Brasil já passou por altos e baixos. Ignorado pela sociedade intelectual e amado pela classe mais pobre, o movimento se desenvolveu e se mantém em acelerado crescimento, mesmo à margem dos veículos de comunicação de massa.
Quando as fortes batidas do ritmo americano Miami Bass chegou ao Brasil na década de 70, rapidamente foram moldadas ao cotidiano carioca e as letras passaram a adotar como tema a violência e a pobreza.  Cantando violência, o ritmo aguçava a agressividade dos frequentadores, que criaram o hábito de tornar o baile um ringue de luta. Deixada para trás a violência do chamado lado A e lado B, o movimento abraçou o sexo como principal fonte de inspiração. 
Devido às polêmicas envolvidas no movimento funk, o ritmo não recebe apoio da indústria cultural, mas, isso não o impede de se tornar uma atividade econômica.  Sucesso no Rio de Janeiro, o ritmo ganhou o Brasil e atravessou fronteiras, chegando a diversos países, que se encantam com o “batidão” e as danças. Dentre os diversos cantores que levaram o funk carioca para o exterior está a Mc Tati Quebra-Barraco, que tem letras que misturam o discurso feminista ao sexo.  A Mc fez diversos shows na Europa e se tornou personagem principal de um documentário produzido pelos europeus. 

Mc Tati Quebra-Barraco

Enquanto uns insistem em repudiar o movimento, existem segmentos que estão aproveitando do sucesso e apostam no funk como a mais nova temática para seus produtos. Entre os eles, destacando-se as produções audiovisuais como os documentários e os filmes.
Pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2008, aponta que o funk movimenta sete milhões por mês, nos cerca de 850 bailes realizados em todo o Estado do Rio de Janeiro.
Atualmente, o funk usa como ferramenta de marketing programas independentes na TV, programas de rádio e, fora dos veículos de massa, os outdoors e carros de som têm vez, alcançando os consumidores do funk que se concentram nas comunidades.

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